Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márquez
Este é um livro do qual você nunca esquece e sempre sente saudade. Pelo menos comigo é assim. Estamos no começo de 2012. Há exatamente um ano, eu o li. E, ah, daria tudo para tê-lo em mãos agora. García Márquez consegue como ninguém contar uma inesquecível história. Merecido ganhador do Prêmio Nobel de 1982, Cem Anos de Solidão é um dos melhores livros de todos os tempos.
Gabo nos conduz a um passeio por cem anos da família Buendía. A história cria vida na cidade de Macondo, a qual acaba tomando os moldes de um personagem. Desenvolve-se, cresce, muda, envelhece, assim com Úrsula, a mãe, José Arcadio, o patriarca e também os filhos, netos e bisnetos. Várias gerações descendentes da mesma solidão.
Acompanhamos o início da loucura sonhadora de José Arcadio e seu paulatino distanciamento. A responsabilidade de Úrsula por toda a parte prática da vida familiar. A criação dos filhos, os afazeres domésticos e as preocupações. Desde a primeira página do livro sua força é evidenciada. A partir dos três filhos do casal, José Arcadio, Aureliano e Amaranta, a família se expande. Personagens periféricos, como Pilar Ternera, Melquíades e Rebeca não perdem em encanto e mistérios para os demais. Pilar Ternera, responsável por introduzir o jovem José Arcadio nos segredos da paixão. Melquíades, o cigano, cuja influência foi terminante para José Arcadio Buendía pai. E a pequena Rebeca, vinda de um longínquo povoado com os restos de sua mãe morta em um saco e uma carta para José Arcadio. A voz de Úrsula faz-se ouvir durante todo o livro. As reflexões mais sábias são suas. Ela vê as histórias se repetindo como em um ciclo. Os José Arcadio's cometendo erros semelhantes. Os Aureliano's filhos do Coronel Aureliano perdidos mundo a fora. Enfim, um leque de personagens interessantíssimos que se revezam ao longo dos cem anos, mantendo viva a família Buendía.
Certa vez, li na contracapa de algum livro de García Márquez que o que mais inspirara sua obra viera das histórias que ouvira na pequena cidade de sua infância. Creio que todos nós temos nossa Macondo. E que todas as famílias, caso observadas atentamente, constatariam sua inelutável solidão.
Cem Anos de Solidão é o retrato universal da família. A família como um corpo, no qual cada membro é insubstituível e único.
Recomendo!
O REGRESSO...
Ontem lembrei desse blog. Até hoje não consegui desenvolver o hábito de escrever diariamente aqui. Minha última postagem foi feita há mais de um ano! Ando às voltas com um problema e acho que talvez a solução esteja aqui. Encontro certa dificuldade em fazer o que preciso, aliás, o que devo fazer. Creio que metas seriam úteis. Portanto, a partir de hoje, escreverei uma resenha literária e uma resenha cinematográfica por dia. Que tal? É um belo desafio para 2012...